terça-feira, 3 de novembro de 2015

Pedro, The Flash

Então, Pedro... aqui vai um pensamentozinho do papai pra você:

Fico aqui te vendo
e sei que vai ganhar
essa corrida contra o tempo
que te faz pequeno

Não quero que ganhe
é claro
mas te incentivo

Corre mais, garoto
"Sou 'The Flash', papai!"
você é o que você quiser

Contanto que
olhe sempre em frente

Se tropeçar
e o seu olhar
me procurar
meu olhar vai
te levantar

Se o vento
zunindo na orelha
custar dodói no joelho
no queixo
no braço

Te dou um abraço
de amor e pomada
de crença e fé
na criança que você é

E eu acredito
que nem te vi
quando falou
que correu rápido demais

Só para um pouquinho pra eu te ver

Agora corre!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Um nome, muitas dúvidas e a "eureka" do papai!


Cabelico. Eu te chamo assim e até acho que você gosta, pois repete para a mamãe, com ênfase: "Lindo não... eu sou Cabelico!" Porque seu cabelinho foi a primeira parte que vi de você, saindo da barriga, ainda tão pequetico. Cabelico. 

Mas seu nome é Pedro! Então, Pedro... Quando você ganhou um nome foi de repente. Fizemos algumas pesquisas, enquetes e votações, mas sua mãe-maravilha já tinha um nominho pra você dentro dela, junto com você. E tinha que ser: Pedro! 

Agora que o seu irmãozinho vem aí, sua mãe tinha algumas sugestões, mas deixou que eu entrasse em mim pra procurar o som que vai representar essa nova vida, uma pessoa inteirinha. E eu, bom, eu sou mais complicado... mas nem tanto.

Resolvi fazer uma lista com nomes para os quais não eu torcia o nariz em vários sites. Mas basicamente esses dois: nameberry.com e bebe.abril.com.br/nomes.

Fui passando por origens, quem sabe latim? Grego? Inglês antigo? Árabe, africano, russo! Vale tudo quando aquela inspiração não vem. Dá pra fazer uma pesquisa detalhada, escolher número de sílabas, se começa com isso, termina com aquilo. Uma loucura divertida!

E segui buscando e anotando todos os que não me faziam ficar com cara de quem comeu e não gostou. Eu falava em voz alta, mas com a voz da minha cabeça, o nome inteiro, sempre com o Vêncio Araújo no final, para sentir como soava.

Fiz algumas poucas enquetes com a nossa família e comecei a sentir alguns que mais se destacavam - e fui riscando outros que me fizeram pensar "Onde eu estava com a cabeça?". Faz parte! 

Quando mais risquei nomes foi no momento em que ditei uma lista ainda bem tosca para sua mãe. Ela torceu o nariz para VÁRIOS nomes e eu risquei na hora - temos que gostar, ambos, mamãe e papai. Para outros ela pediu que eu a convencesse. Mas eu realmente não tinha motivos para convencê-la de nomes que não soavam bem logo de cara.

Fui riscando, riscando, riscando e cheguei a 15 finalistas! Parece muito, né? Mas uma bela noite, colocamos você pra dormir e ficamos na cama relendo a lista. Sua mãe estava mais numas de ver Facebook, mas eu forcei a barra e comecei a repetir os nomes pra atrair a atração dela.

Nessa brincadeira, risquei mais quase uma dezena de nomes! Sobraram mais ou menos cinco, e não vou falar todos porque nesse texto aqui só vão aparecer dois nomes: o seu e o do seu irmão!

E aí, não menos que de repente, falei aquele que seria. Ela sabia. Eu sabia.

Sabe, apesar de ter ido buscar o nome do nosso mais novo príncipe fora de mim, descobri que ele estava, sim, dentro, quando olhei bem pra sua mamãe, falei "Nicolas" e vi os olhos dela brilhando em resposta, como um "sim" sem palavras. O brilho voltou pelos meus olhos e encontrou o nominho lá, na mesma frequência.

Quando ela me repetiu: "Nicolas!" eu tive a confirmação, e os olhos dela reluziram totalmente, agora. Não estava, o nome do seu irmão, que já é tão querido, só dentro de mim. Meu trabalho foi buscá-lo dentro de nós dois - e encontrei!

Ele não é tão comum, também não é exótico, nem maluco, nem difícil de dizer ou escrever, não precisa soletrar (só se alguém perguntar "Com agá?", mas espero que isso não aconteça muito), nem explicar, nem acentuar, nem dobrar letra, nem ver a cara de estranheza de ninguém. Pois é bonito, é claro, é simples e... é!

É a versão francesa de Nicolau, que vem do grego Nikólaos, que combina "nike" (vitória) e "laos" (povo) e significa "vitorioso, o que vence com o povo, o que conduz o povo a vitória". Forte, né? Então vamos ter esse vitorioso do povo tendo você, Pedro, a pedra, a rocha, firme para apoiá-lo nessa vitória. Que tal? Acho que vencemos!

E você, tão esperto, já está papagaiando o nome dele por aí. "Como é o nome do irmão do Pedrinho?" "Nicolaaasss!" você responde, como se estivesse acertando a resposta de uma charada. Mas logo, meu filho, nada disso será mais mistério. Você vai conhecer o seu parceiro na aventura da vida, para a vida toda!

Ah, e os apelidos ficam por sua conta! ;-)

P.S.: A foto é de uma cidade chamada Agios Nikolaos, na ilha de Creta, na Grécia. Digitei "Nikolaos" no Google para ver o que vinha e pus o que apareceu. Desculpa a piada sem graça! (rs)

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Uma vez mamãe...

Então, Pedro...

Ela já era mãe antes de ser sua mamãe, sabia? Eu sabia. Ela não.

Quando a gente se conheceu, ela cuidava da Lillo - que depois virou a nossa cachorrinha, sua e minha, e que depois virou estrelinha - como se fosse filha dela. Mordiscava o sanduíche para partir um pedaço e dar à esfomeadinha, como uma pássara no biquinho do passarinho, no ninho, no nosso ninho, que ela construiu.

Depois, quis ser mamãe de novo, ainda não sabendo (mas eu sabendo), quando teve baita vontade de ter outro cachorrinho, um companheirinho para a Lillinho, e assim trouxe à luz um doidinho, o nosso Marlinho. O Marley virou meu filho também, acho que foi quando virei papai antes de virar... mas essa história você já conhece - e eu já sabia!

Depois, claro, veio você! E a sua mãe agora já sabia que ia ser mamãe, mesmo sem saber que já era. Preparou seu quartinho, as roupinhas, pintou e colou as letrinhas do seu nome, sentiu você virar, revirar, chutar e soluçar, com um brilho no olhar que só pode cintilar nos olhões de uma mamãe como a sua, esses que você herdou dela.
O carinho radiante da sua mamãe
Mas sabe, Pedro... Esse negócio de ser mãe é muito mais uma coisa que nasce com a pessoa do que o jeito que a pessoa fica quando um filhinho vem ao mundo. É um "probleminha" no coração: ele nasce grande demais. E o que a mamãe faz? Passa a vida tentando colocar dentro dele todo mundo. Todo o mundo.

E aí que, sem perceber, a sua mamãe cuida dos clientes e dos colegas no trabalho, da família, dos amigos, dos bichinhos, de mim e de você como só quem é mãe desde sempre sabe ser. É um amor que não tem tamanho, ou é de um tamanho que a gente não conhece, como o coração dela, que vai trazendo a gente pra dentro, e pra dentro, e pra dentro...

Agora, além de todo mundo e o mundo todo, de você, de mim, do Marley... a mamãe tá reservando mais um espacinho/espação no coração, que cresce ao mesmo tempo em que cresce mais um pedacinho de amor que a gente criou junto, sua mamãe e eu: uma nenezinha ou nenezinho, uma irmãzinha ou um irmãozinho!
Olha lá ela... sempre no centro das nossas vidas!
Você está ficando grandão, Pedro. Falta pouco para 3 anos e agora, mais do que nunca, sua mamãe precisa do nosso carinho. O coração e a barriga crescem rápido e às vezes, quando o amor aumenta muito, dói a pele dentro da qual vivemos. Tem que ter muito beijinho e abraço, muita água e amasso (com cuidado), muitas risadinhas dessas que só você sabe dar.

A sua mamãe nasceu pra ser mamãe, mas ela não precisa saber. Ela sabe ser. A gente é que tem de saber que ser mamãe não é fácil, e temos de ser os meninos mais legais e valentes do mundo para amar e proteger a rainha linda das nossas vidas. Ela vai nos trazer uma princesinha ou principezinho, que vai ter o privilégio de, como você, chamá-la de mamãe!

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Vida de brinquedo

Então, Pedro... Em apenas dois outoninhos de vida, você já ganhou uma porção deles. De nós, mamãe e papai, e também de vovós, titios e titias, até dos amiguinhos da escola. Brinquedos. De apertar, de montar, de juntar, de espalhar, de fazer "brum-brum", de fazer "ptíu-ptíu!", de tudo que é jeito. O armário do "su quarto" (adoro o jeito que você fala "mi quarto!" - sei lá de onde surgiu esse espanholito!) já nem aguenta mais de tantos que tem lá, amontoados. 

Tem os preferidos, os preteridos, os temidos, até! 

 Desses zolhões vidrados do Alípio até eu tenho medo!

Mas tem coisas, Pedro, que só eles podem testemunhar sobre a sua vida, com riqueza de detalhes. Há pouco menos de dois anos, eles só recebiam umas palmadinhas de leve e ficavam molhados de saliva. Já faz um ano e meio, uns apertões mais fortes. Tem cerca de um ano, começaram a levar uns baita trancos e, logo em seguida, também pisões, e foram coadjuvantes de algumas de suas adoráveis quedas.


Mais recentemente, eles passaram a ganhar outros tipos de tratamento da sua parte: bracinhos articulados já sobem e descem nas suas mãozinhas hábeis, como se acenassem; as pecinhas de encaixar já ganham ares de edifícios, que, segundos depois, são vítimas dos terríveis desabamentos que você, como um Godzilla-neném, proporciona; carrinhos já se envolvem em corridas, derrapagens, capotamentos e inevitáveis colisões; bichos de pelúcia já participam das suas conversas, ou ao menos ouvem, atentos, os confusos e suaves monólogos que a sua gostosa vozinha profere – enquanto são esmagados ou atirados no chão, é claro.


Quando vejo o Buzz Lightyear cortando os céus da sua imaginação, "caindo com estilo" de tudo quanto é lugar, transformando-se em herói quando salva o Woody de se esborrachar no chão durante a vigésima exibição de Toy Story do dia, ou quando você se transforma nele, voando dos meus braços para o alto e de volta para os meus braços, filho... minha mente vai ao Infinito e Além. Mas meu coração, esse fica bem aqui, tentando entrar em cada uma dessas suas fantasias, vistas a partir desses homens e animais de plástico, e te olhar como um gigante a sonhar os feitos gigantescos que você ainda vai protagonizar.


Quando você faz aquela cara de desafio e diz, como o Buzz, ao pousar na cama do Andy, "voo!" - eu acredito!

Se os seus brinquedos falassem, Pedrinho, eu bateria papo com eles toda noite, até tarde, depois que seu sono já foi abençoado com carinho pela oração materna. E eles me contariam a história fabulosa de uma criança que, novinha de tudo, ficou por demais esperta em um estalar de dedos; o conto fantástico do bebezinho que, de só observar o mundo com olhinhos atentos, passou a coordenar as mais intrépidas aventuras; a saga maravilhosa de um neném engatinhante que foi virando menino voador a olhos vistos, sem precisar de casulo.

Eu daria tudo para me sentar com eles e tomar um chá, como se fosse com a Senhora Marocas, e ganhar mais alguns minutos, horas, dias, talvez, de exibição e análise desse filme-verdade que é o meu filhinho crescendo. Com eles, eu teria mais ângulos, perspectivas, novas versões do roteiro mais bonito, caótico, improvisado e mágico do cinema da vida, que é o desenvolvimento de um ser assim, humano.


Mas eu sei que não dá. Quando eu adentro seu quarto, eles desfalecem de volta à posição de brinquedos inertes que preferem mostrar às pessoas... É melhor para eles. Como os brinquedos do Andy, eles sabem da importância que têm por serem os seus brinquedos e te ajudarem a descobrir um mundo que, enquanto se torna mais real e cruel com o passar dos anos, pode ter, sim, muita alegria e faz de conta.


 Su quarto, mi quarto? No señor! Soldados, avante!

E é melhor que eu só possa, mesmo, ver você com meus próprios olhos: assim eu não invado os bastidores misteriosos onde são criados os caminhos que você vai trilhar. Eu confio nisso e n'Ele que há lá: no Infinito e Além que trouxe esse rapazinho extraordinário para mim.


P.S.: Todas as fotos são do Instagram da minha magnífica companheira e mamãe do Pedrinho, Thaís.

sexta-feira, 14 de março de 2014

A sua voz

Não dá mais pra viver sem ela ecoando por aí, filho. Não dá porque você não para de falar e repetir o que a gente fala (risos), e principalmente porque meu coração faz tumtum junto com meus tímpanos toda vez que você solta seus sonzinhos. Pode ser um grito, uma risada, um pedido de água no meio da noite (e aí um pedido rouquinho chamando a mamãe, que me deixa morrendo de dó e me faz levá-lo até ela), o nome de um brinquedo, o nome do nosso auau, pode ser brumbrum, subí, descê, abrí, fechá... pode ser o gostoso "oi" que você distribui a estranhos, simpático que você é. Qualquer fala sua, Pedro, é uma prova sonora da sua maravilhosa presença, um sussurro que voa pelo ar e chega aos ouvidos, a todo tempo, dizendo: "Estou aqui..!"

Hoje, hoje mesmo, agora, nesse instante terrível em que tento decidir e resolver algo muito importante, que vai mexer com a sua vida, a da sua mãe e a minha, queria muito ouvir sua voz dizendo: "Papai, faz o que seu coração manda. Vai dar certo! Eu acredito em você!" Sei que você ainda não fala essas coisas, com apenas 1 ano e quase 10 meses. Mas sei que, quando eu chegar hoje em casa, der um milhão de beijos na sua mãe e em você, e olhar nos seus olhinhos, o universo vai me responder exatamente isso. Mesmo que eu não pergunte. Mesmo que você não fale. 

Mas é preciso ter voz, filho. Você tem a sua, esse bálsamo que enche a casa - e eu tenho que retomar a minha.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Quando você correu pros meus braços, gritando "papai!"

Aconteceu há menos de duas semanas, pela primeira vez. Foi tão rápido, abrindo a porta, chegando do trabalho, você vindo com seus passinhos bambos e bracinhos voando pra lá e pra cá. Tão rápido que mal deu tempo de encaixar a realidade na imagem que eu tinha criado desse momento na minha cabeça, desde o dia em que sua mãe disse pra mim "tô grávida!" Ainda bem. Porque você, aqui, de verdade, andando e me abraçando, é muito melhor que qualquer imaginação. 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Quando a Lillinho virou estrelinha...

Bebê... hoje você tem 1 ano e 3 meses. É a pessoa mais legal e verdadeira do planeta, mais doce e intensa que eu conheço!!! Puxou seu pai e sua mãe!!! Mas hoje... hoje foi um dia muito triste e gostaria que você soubesse a história de uma cachorrinha um tanto especial e que cuidou da sua mamãe aqui durante bastante tempo....

Ela tinha 10 anos e muitas histórias pra contar, nos nos conhecemos em janeiro de 2002, ela era a filhotinha que havia restado da ninhada da Dona Catarina Yelding (esse era o nome da mamãe dela), quando fui conhecê-la era tão pequena, com orelhas tão grandes, que chegava a tropeçar nela própria. Super carinhosa, veio correndo como se já me conhecesse, foi amor a primeira vista. Ela era um bebê beagle da melhor espécie, bagunceira, comedora de chinelos, fios, sapatos, elétrica!!!! Corria pelo apartamento como  se estivesse numa mansão ou numa fazenda, não aprendia muita coisa não, super cheia de vontades, faminta por natureza e carinhosa como nenhum cachorro havia sido antes dela. 


A vida mudou, mamãe foi morar sozinha, vieram dias difíceis, naquela época as redes sociais não eram tão comuns e ainda que fossem aqueles foram dias que ninguém posta ou conta pra ninguém. Dias que me abriam os olhos pro mundo fora da casa dos meus pais, fora de sonhos adolescentes, dias que chegava do trabalho e me sentia tão sozinha, tão sem rumo, tão sem força, sem amigos, sem dinheiro, as vezes com a conta do telefone cortada, as vezes devendo até pra tia do cachorro quente. Ninguem sabia disso, meu orgulho imbecil ainda resistia apesar de tudo, demorava pra eu baixar a cabeça. A única pessoa que sabia de tudo isso, não era uma pessoa, era a Lillo. E eu sofria muito com tudo aquilo, ela estava sempre do meu lado, parecia que entendia, subia no meu colo e lambia minhas lagrimas, parecia filme, um anjinho!!! 


Ela tinha a personalidade da dona, teimosa, quando encasquetava com uma coisa, não havia meio de faze-la mudar de ideia. Foi uma fase importante. Fase de muita dor, frustração, foi quando percebi que o mundo não era tão cor de rosa quando haviam me vendido. Mas também foi o início de um despertar que traz sua mamys até os dias de hoje. Novos amigos, novos questionamentos, uma força do bem que fez muito bem para ela e para mim. Reuniões em casa, festinhas em casa, pensa num cãozinho paparicado... uma delícia!!!! O melhor... muitos passeios, comidinhas mais gostosas, edredons e muito conforto, tudo que ela queria. Até seu pai chegar na vida da mamãe a Lillo dormia na minha cama!!!! Só até seu papai chegar!! rsrsrs 

Quando isso aconteceu, ela ganhou uma caminha ao lado da minha, demorou pra se acostumar, mas deu tudo certo...nessa época ela ficou tão enciumada, tão cabrera, mas aos pouquinhos ela foi aceitando a situação nova. A nossa família estava começando a crescer e eu queria espaço!!! Morava num apartamento tão pequeno que jamais poderia ter um companheirinho pra ela, e isso era uma coisa que era muito importante, eu queria que ela tivesse qualidade de vida!!! queria que tivesse um amigo, ou amiga, e eu trabalhava o dia todo, por mais que eu quisesse não conseguia dar toda a atenção que ela merecia. Uma vez li que beagles deveriam andar 3km por dia!!! Como??? Eu chegava exausta e muitas vezes tinha que lavar o apartamento inteiro tamanha era a sujeira, xixi e cocô pra todo lado, era a forma dela dizer que estava triste. 

Os problemas de saúde começaram a aparecer, foi uma bola de neve. Ela ficava estressada por ficar sozinha, comia sem parar, engordava, descobrimos que herdou da mãe chique uma doença de pele, isso fazia com ela se coçasse bastante, sem parar, as vezes até se ferir, coisas que só via quando chegava em casa. Todos os banhos eram inúteis, não haviam pulgas, não haviam mordidas de insetos, mas a alergia nunca mais a deixou tranquila. Minha mãe descobriu uma médica que receitou corticóides, funcionou bem, amenizava, o que não sabíamos é que o uso prolongado fosse agravar um problema de coração, que mais tarde fomos alertados que seria a causa da sua partida. Tratando uma coisa descobríamos outra, mas vamo que vamo!!! 

Conseguimos mudar para uma casa maior, e aí o plano do companheirinho tomou corpo, encontramos o Marley e o trouxemos pra casa!!!! Foi uma loucura!!!! E ao contrário do que sonhávamos pra ela... eles não se deram bem!!! rsrsrs eles morriam de ciúmes um do outro, brigavam por tudo, mas as vezes também se divertiam do jeito mais fofinho do planeta!!! Até namoraram... uma vida amorosa curta mas muito intensa!!! rsrsrs

Pedrinho, ficaria dias aqui.... lembrando das escapadas, dos escândalos noturnos por conta dos gatos, das comidas roubadas, das carinhas, das preguiças, do carinho, mas só quem vive com um serzinho especial sabe o valor que isso tem. 

Hoje essa história chegou ao final, ela morreu aqui em casa, sem barulho, sem alarde, sem despedida. Seu papai desceu para abrir a porta para ela e o Marley, como fazemos todas as manhãs, mas a Lillo não veio. Ela estava deitadinha fora da cama, no chão frio, longe das cobertas que eu insistia em comprar pra ela, mesmo sabendo que ela destruia todas. Ainda não acredito. Não consigo parar de pensar, de chorar, de querer que seja mentira. Como é possível continuar ser a mesma pessoa com um buraco tão grande no coração??? Mas temos que seguir, amanhã tem trabalho, tem Marley, tem um bebê maravilhoso para criar e vamo que vamo... por hoje ainda é difícil acreditar. Mesmo doido assim, só posso agradecer por todos os momentos, todas as histórias, todas as lambidas, por todos os dias e pedir perdão por tudo que eu não pude ser. Fica com Deus minha princesinha!!!!