quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

É agorinha, é já já!

Então, Pedro... faz tempo que não posto nada aqui, né? Acho que sua mãe e eu estivemos "ocupados" demais fazendo... fazendo o que, mesmo? Ah, lembrei: vivendo! Vivendo a deliciosa, maravilhosa e atribulada vida nova que a sua vinda nos trouxe! Amanhã você faz 9 meses e, apesar do sentimento de "como passa rápido" estar presente, temos certeza que saboreamos cada pequenino instante que passamos com você.

Isso me fez pensar que tudo o que venho lendo na internet e em livros sobre "vida simples", "minimalismo", "espiritualidade", "aqui e agora"... não que seja tudo baboseira, mas, aos poucos, percebo que a autoajuda 3.0 que existe hoje não passa de muleta para encarar as experiências reais. E nada, meu filho, nos ensina mais que o momento presente.

É impossível não estar totalmente imerso no agora quando estou com você. Você é urgente, alerta, ativo e ávido! Contra suas necessidades, vontades, carências e querências não há argumento, é sem discussão, é agora ou nunca, ou choro ou rio, ou paro ou caio, ando ou deito, beijo ou mordo, pego e quebro, faço e grito!

Sua simplicidade não me permite devanear no espaço das ideias e ideais, vagar pela poesia do mundo imaginado, das belas artes das formas e caminhos, das minhas convicções e frustrações, pensamentos políticos e sentimentos elevados, baixos, bons ou ruins... Tudo é o que é desde que te conheci: aqui e agora!

Com você, eu esqueço essa coisa mesquinha dos humanos de achar que o mundo tem que se adaptar ao nosso jeito de ver as coisas: sou humilde a ponto de adaptar meu jeito de ver as coisas ao mundo, e mudo as coisas, e mudo o mundo ao aceitar que o mundo é, que não se barganha a sua sede, a sua fome, o seu sono, a sua dor e o seu aconchego!

Pedro, você veio mostrar à sua mamãe e eu que o amor não é aquele treco romântico dos livros e filmes, aquele néctar que transforma tudo em cor e perfume e faz tuuudo o que nos incomoda desaparecer. Você É o AMOR de verdade, que nos tira da zona de conforto justamente para mostrar o que é importante, o que não pode ser deixado de lado, negociado, procrastinado... É o amor que pede a minha presença incondicional, que me envolve e arrebata.

Um momento com você, meu filhinho, é o único momento que existe, é o universo inteiro em uma casquinha de ovo, uma cabecinha trêmula com um restinho de moleira que é o planeta em que orbito, e um olhar terno e esperto que contém todo o BEM que há. Aqui e agora. Obrigado, Pedro!


--

P.S.: O título desse post é a única frase que lembro de uma música que cantava nos meus tempos de pequenininho, naquelas comemorações de Natal da escolinha... E faz todo sentido!